Liminar afasta presidente e coordenadora de asilo em Castilho após denúncias de irregularidades
DA REDAÇÃO – CASTILHO
Liminar concedida pela 2ª Vara de Andradina a pedido da promotora Marília Cangani afastou o presidente, Daniel de Miranda e sua esposa, Ivoine Carreira de Miranda, que é a coordenadora de uma instituição de longa permanência para idosos – Asilo Betel – situada na cidade de Castilho em virtude de série de irregularidades relatadas ao Ministério Público. Pela decisão do dia 29 de agosto, os dois envolvidos ficam impedidos de acessar a sede do asilo. Além disso, a administração da entidade deve ficar a cargo do município até o julgamento definitivo deste processo ou de outra ação que discute a legalidade das eleições ocorridas no último mês para composição da nova presidência e do conselho fiscal.
Durante visita realizada ao asilo, funcionários e idosos reiteraram denúncias de assédio moral e crimes patrimoniais, incluindo desvio de dinheiro da entidade. Segundo os relatos colhidos pelo Ministério Público, a coordenadora do espaço usou biometria facial e cartão de crédito dos idosos para fazer empréstimos e compras pessoais. Teria havido ainda atraso no pagamento de férias, 13° e FGTS dos funcionários, assim como anotação de horas extras não trabalhadas para beneficiar a coordenadora.
O presidente da instituição também enfrenta acusações de assédio sexual contra uma funcionária. Segundo o apurado, ele e sua esposa, que ocupa o cargo de coordenadora, teriam oferecido vantagens a colaboradores em troca de depoimentos favoráveis ao presidente na investigação de assédio sexual.
Segundo declarações colhidas pelo MPSP, as eleições para o comando do asilo foram marcadas pelo indeferimento do registro da chapa contrária, levando à apresentação de uma chapa única, encabeçada pelo atual presidente. Há também notícias de que o dirigente confeccionou carteiras para distribuir somente aos sócios de seu reduto eleitoral. O estatuto social da entidade prevê que sócios com direito a voto devem possuir uma carteira assinada pelo presidente da entidade, confirmando sua condição de colaborador por prestação de serviço ou contribuição financeira à instituição. Todavia, testemunhos dão conta de que tal carteira nunca foi emitida. Somente dias antes das eleições alguns desses documentos teriam sido gerados pelo próprio presidente, de modo seletivo, somente a seus apoiadores.