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São Paulo registra aumento de 5% nos atendimentos por câncer de mama

Análise compreende período entre 2021 e 2023; oncologista do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista alerta que quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de cura

DA REDAÇÃO – SÃO PAULO

O câncer de mama é considerado o tipo mais comum entre as mulheres, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os números de atendimentos ambulatoriais relacionados ao câncer de mama aumentaram. Em 2021, foram contabilizados 498.471 procedimentos, subindo para 501.984 em 2022 e 521.014 em 2023, um crescimento de quase 5% na comparação entre 2021 e 2023.

A neoplasia maligna de mama é causada pela multiplicação desordenada de células anormais na região da mama, formando um tumor com potencial de infiltrar tecidos próximos e se disseminar para outras partes do corpo através da metástase. Este tipo de câncer é classificado em dois grupos: in situ, onde o tumor ainda não saiu do ducto de sua origem, e invasivo onde já houve invasão de outras camadas do tecido mamário.

As causas do desenvolvimento da doença incluem predisposição genética e histórico familiar. Estudos indicam que mulheres com histórico familiar de câncer de mama têm 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver a doença. Há, ainda, fatores de risco adquiridos ao longo da vida, como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e sedentarismo. Outras questões incluem menarca precoce (antes dos 11 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), mulheres que nunca tiveram filhos ou que tiveram gestações a termo após os 30 anos.

Este mês é marcado pela campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção dessa doença, tida como a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. Segundo relatório do Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, o país deverá registrar mais de 74 mil novos casos anualmente, com aproximadamente 18 mil mortes previstas até 2025.

“Os principais sintomas do câncer de mama incluem nódulo endurecido, fixo e geralmente indolor na região do seio; alterações no tamanho ou formato da mama; vermelhidão ou erupções na pele ao redor do mamilo; secreção no mamilo; inchaços ou nódulos nas axilas; mamilo invertido e dor constante”, explica o oncologista do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista, Dr. Thiago Alcântara.

O médico também ressalta que, quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, maiores são as chances de cura da doença. “Estudos apontam que em mulheres diagnosticadas com câncer de mama nos estágios iniciais, a taxa de sobrevida em 5 anos varia entre 80% e 99%. Por outro lado, para aquelas em estágios mais avançados, com metástase à distância, a taxa de sobrevida em 5 anos cai para menos de 30%”, diz.

 

Mamografia digitalizada: avanço no diagnóstico

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em populações que têm acesso à mamografia preventiva periódica, o número de mortes pela doença diminuiu em até 30%. A mamografia digitalizada é um exame crucial, pois oferece imagens de maior qualidade em comparação à mamografia convencional, permitindo uma detecção mais precisa de alterações na mama.

No Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista, o Centro de Diagnóstico por Imagem, localizado na Unidade Millenium, realiza exames de mamografia digitalizada. “A mamografia digital é fundamental, pois oferece uma imagem de maior qualidade, ajudando no diagnóstico precoce, o que aumenta as chances de cura. A prevenção é sempre o melhor caminho”, explica a mastologista.

Enquanto a mamografia convencional utiliza filmes para capturar as imagens, o procedimento digitalizado converte as imagens em formato digital, facilitando a análise por especialistas. Isso não apenas proporciona melhores resultados, mas também gera menos desconforto ao paciente, já que a compressão da mama pode ser mais controlada e ajustada durante o exame. A tecnologia digital também permite que os médicos realizem ajustes nas imagens, como aumentar o contraste, o que pode ajudar na identificação de pequenos tumores que poderiam não ser vistos em exames convencionais.

Atividades

Nesta quarta-feira (23), às 8h30, o oncologista Dr. Thiago Alcântara ministrará a palestra “Quais os melhores passos para a prevenção do câncer de mama?”, no auditório A. Simultaneamente, no auditório B, das 8h às 12h, haverá outra oficina de autocuidado, com spa facial.

 

Sobre o Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista

O Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista é um hospital filantrópico secundário de acolhimento e referência as baixas e médias complexidades, com atendimento a cidade de Bragança Paulista e a chamada “microrregião bragantina” da DRS7 Campinas – SES SP.

Esta microrregião compreende as cidades de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Joanópolis, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Socorro, Tuiuti e Vargem (Com abrangência de 520 mil habitantes – IBGE 2022).

A unidade de saúde, que possui 148 leitos, 66 deles destinados ao SUS, conta com 1.350 colaboradores diretos e cerca de 350 médicos, além de diversos profissionais autônomos como fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

Em 2023, foram produzidos pela instituição, em serviço ao SUS, mais de 1 milhão de atendimentos nas diversas áreas disponibilizadas, sendo 2.886 cirurgias, 933 partos e aproximadamente 1 milhão de atendimentos de urgência, emergência, ambulatorial, exames e terapias.

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