Biólogos encontram tatu-canastra em expedição ao Parque do Pombo
Animal está ameaçado de extinção é encontrado principalmente no bioma cerrado; encontros com esses animais são festejados por biólogos, pesquisadores e fotógrafos
DA REDAÇÃO – TRÊS LAGOAS
Na última expedição de campo do mês de outubro, os pesquisadores do Programa de Conservação do Tatu-Canastra no bioma Cerrado, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) da Prefeitura de Três Lagoas, tiveram um encontro emocionante no Parque Natural Municipal do Pombo. Eles avistaram um dos maiores mamíferos do Brasil, o tatu-canastra (Priodontes maximus), que raramente é visto durante o dia, pois é um animal de hábitos noturnos e subterrâneos.
O registro inusitado aconteceu no último dia da expedição, trazendo grande alegria para a equipe de biólogos e especialistas que atuam no programa. O encontro foi registrado pelo biólogo Pedro Mathias, que acompanhou de perto a situação. “O avistamento do animal em plena luz do dia é extremamente raro, uma vez que a espécie passa a maior parte do tempo abaixo do solo e tem hábitos predominantemente noturnos”, afirmou Pedro.
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO
O Parque Natural Municipal do Pombo, com uma área de mais de 80 km² de vegetação nativa preservada, se destaca como o maior remanescente de mata nativa do Cerrado com a presença do tatu-canastra já identificado pela equipe de pesquisa. Localizado em Três Lagoas, no estado de Mato Grosso do Sul, o parque tem sido um palco crucial para o desenvolvimento do Programa de Conservação do Tatu-Canastra, uma iniciativa que visa proteger essa espécie ameaçada de extinção no Cerrado.
O Programa de Conservação do Tatu-Canastra tem como objetivo fundamental a coleta de dados sobre a densidade populacional e os padrões comportamentais do tatu, além de contribuir para a conservação do bioma Cerrado. Os pesquisadores têm monitorado de perto as atividades do tatu, que inclui a construção de tocas subterrâneas e a alimentação, além de realizar a análise do habitat da espécie.
Em um futuro próximo, a equipe planeja dar um importante passo: iniciar as primeiras capturas e estudos mais detalhados sobre a espécie, o que permitirá um melhor entendimento de suas necessidades para a implementação de medidas de conservação mais eficazes.
Este evento histórico reafirma a importância do Parque Natural Municipal do Pombo e do Programa de Conservação como instrumentos vitais na luta contra a extinção e na promoção de um futuro mais sustentável para a fauna e flora do Cerrado.
O PARQUE
O parque tem 8.032 hectares de cerrado bem conservados. Insrituições de pesquisa atuam no local para estudos de dezenas de espécies animais, algumas ameaçadas de extinção, como o tatu-canastra.
TATU CANASTRA
O tatu-canastra (Priodontes maximus) pode chegar a 1,5m de comprimento e pesar até 60 kg, sendo que, aparentemente, os machos são maiores e mais pesados que as fêmeas. Está distribuída desde o leste dos Andes, do norte da Argentina ao noroeste da Venezuela, até a Guiana Francesa e no Brasil ocorre por praticamente toda a extensão do Cerrado (25% da sua área geográfica de ocorrência está neste ecossistema), Pantanal e Amazônia e em fragmentos mais centrais da Mata Atlântica (Fernando Ferreira de Pinho e Guilherme Braga Ferreira, da ONG Instituto Biotrópicos)