Sustentabilidade

Rios voadores em quadrinhos

Quinta-feira, dia 5 de junho, é o ‘Dia Mundial do Meio Ambiente’. Instituída em 1972 pela ONU, tem por objetivo chamar a atenção para as ações humanas que têm impactos ambientais

DA REDAÇÃO – SÃO PAULO

O momento é ideal para falar de um tema sul-americano palpitante: os chamados ‘rios voadores’!

Tec@ tricotou o assunto com o cientista Carlos Nobre, climatologista, pesquisador da USP e membro da Academia Brasileira de Ciências. A garota que tricota ciência e tecnologia descobriu o seguinte:

Nobre foi o primeiro cientista a calcular e publicar em artigo, no ano de 1991, a quantidade de vapor d’água do oceano Atlântico que entra na Amazônia, carregada pelos ventos alisios, quanto retorna para o oceano pelo rio Amazonas e quanto sai da região para o sul, pelo transporte atmosférico. Quase 50% não retorna ao mar. O que não volta, vai parar no cerrado e até em outras regiões da América do Sul.

Foi no ano de 2006 que Nobre, juntamente com colegas do INPE, em São José dos Campos, passou a chamada de “rios voadores” esse enorme volume de água que viajava da floresta para o sul e o sudeste. “A Floresta Amazônica é a mais eficiente no mundo em reciclagem de água”, diz ele, aproveitando para sacar um estudo feito pelo cientista Enéas Saletti nos anos 70. Saletti calculou que uma simples molécula de vapor que vem do oceano é reciclada de cinco a oito vezes pela Floresta Amazônica. O vapor condensado, vira nuvem, depois chuva, as plantas absorvem, levam para as folhas que, por sua vez, transpiram e lançam novamente vapor na atmosfera: isto são os rios voadores!

Esses sistemas alimentam as chuvas no cerrado, no Sul do Brasil, Uruguai, Paraguai, centro-leste da Argentina e 15% da região Sudeste brasileira. Marina Hirota, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou ainda que apenas florestas em territórios indígenas da Amazônia explicam até 20% das chuvas na bacia do rio Paraná. Ou seja, sem a Floresta Amazônica os rios voadores seriam restritos da ordem de 30% a 40% e, por consequência, grande parte do cerrado no país viraria semiárido!

Serviço

O livro intitulado ‘Ciência e Responsabilidade Socioambiental: uma Forma Lúdica de Comunicação’ reúne uma primeira fase de trabalhos ligados a temas de ciência e tecnologia temperados com humor.

Foi lançado pelo IPT no ano passado, tendo como personagem central a garota Tec@. Ela aborda temas ligados a ciência e tecnologia na linguagem dos quadrinhos, com foco em crianças e jovens. O trabalho é uma parceria da pesquisadora Claudia Teixeira (Lodi), coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade e Baixo Carbono do IPT, com o jornalista e quadrinista João Garcia (Jão).

Leia o livro: https://bit.ly/livroteca1

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