Dia dos Namorados: 5 em cada 10 brasileiros vivem “relações CLT”
“Temporário ou freela?”: pesquisa traça paralelos entre amor e trabalho — e revela que a maioria dos relacionamentos no Brasil é do tipo “CLT”; constatação é da Onlinecurriculo, que, em celebração ao Dia dos Namorados, propôs um exercício lúdico aos entrevistados: pensar em suas experiências amorosas com jargões corporativos
DA REDAÇÃO – SÃO PAULO
Se sua relação fosse um tipo de contrato profissional, qual seria? Provando que amor e trabalho tem muito mais em comum do que parece, às vésperas do Dia dos Namorados, 56% dos brasileiros ouvidos pelo Onlinecurriculo admitem: diferentemente de quem ainda está “estagiando” no amor, se veem em relacionamentos do tipo “CLT” — acordos resultantes, com benefícios em dia e regras bem definidas… até que a temida “rescisão” os separe.
Os dados fazem parte de uma proposta lúdica de especialista em currículos automatizados, que reuniu cerca de 500 brasileiros que refletem sobre seus vínculos afetivos com base em termos do universo profissional — explorando conceitos como estabilidade, liberdade, entrega e restrições. O resultado? Para 94% dos participantes, a vida amorosa e a rotina corporativa seguem uma lógica semelhante.
Na prática, isso quer dizer que, ao olharem para os próprios relacionamentos, o que não faltam são experiências que se encaixam em tais analogias. Entre vínculos profissionais como “temporário” e “terceirizado”, por exemplo, 17% dos brasileiros compararam seus relacionamentos ao modelo PJ , com mais autonomia, menos obrigações e acordos flexíveis. Já 7,4%, por outro lado, revelaram ainda se sentirem verdadeiros “estagiários” na arte de amar… entregando muito, recebendo pouco e tentando provar seu valor constantemente.
Apenas uma parcela pequena, de 6%, afirmaram já ter alcançado um vínculo afetivo sólido e duradouro , exatamente como o tão sonhado concurso público — aquele que exige esforço para conquistar, mas oferece uma vaga praticamente vitalícia no coração de alguém.
Já quando o assunto são os benefícios apresentados nos diferentes “modelos de contratação”, os brasileiros destacam o apoio emocional (51%) e a companhia para dividir a rotina (52,4%) como os aspectos mais importantes — reforçando que, assim como no trabalho, é a parceria que faz tudo valer a pena.
Liberdade para ser quem se é, estabilidade no dia a dia e trocas justas também apareceram entre as principais prioridades, o que mostra como o amor, no fim das contas, funciona melhor quando os dois lados colaboram.
Primeiro encontro… ou entrevista de emprego?
Assim como em uma entrevista de emprego, o começo de um relacionamento é um momento de apresentação e avaliação mútua. Uma pesquisa revelou que 32% dos entrevistados valorizaram claramente logo de início : querem entender bem onde estão entrando, como quem busca uma vaga com descrição objetiva e expectativas bem definidas. Mas, na prática, a maioria ainda adota estratégias mais cautelosas (ou mesmo improvisadas) para se apresentar.
De acordo com 36,2% dos participantes, a preferência nos primeiros encontros é destacar o que têm de melhor, mas sem se aprofundar demais — apresentando as qualidades essenciais, mas guardando detalhes para as próximas fases do processo. Há também quem admita “dar uma valorizada” nas qualidades para impressionar (21,4%), numa tentativa de se destacar como o candidato ideal.
Já, 18,6% dizem que preferem se adaptar ao clima do momento e ao perfil da outra pessoa, moldando sua apresentação conforme o contexto — uma espécie de currículo personalizado para cada “vaga”. No entanto, por outro lado, 8,2% dos entrevistados não têm nenhuma estratégia: contam tudo, até o que não pediram.
Até que a rescisão nos separe
Se, para muitas pessoas, conquistar um coração se assemelha a ser contratado, o termo pode ser visto como a rescisão — prezando por maturidade, respeito e decisões mútuas mesmo quando um dos “pombinhos” é dispensado da sua função.
Quando indagados sobre como terminar seus “contratos amorosos”, o levantamento descobriu que, para os brasileiros, o cenário mais comum é o encerramento por consenso: 55,4% afirmam que, na maioria dos casos, conversam, resolvem as pendências e seguem em frente sem más intenções . Sim, uma espécie de “acordo amigável”, em que ambas as partes encerram a relação com clareza e maturidade.
Há ainda, cabe dizer, quem prefere sair voluntariamente: 26,6% costumam se “autodemitir” ao perceberem que o relacionamento não faz mais sentido e vão em busca de novas experiências.
Mas nem todo fim é tão bem programado. Para 14,6%, seus vínculos românticos tendem a ser marcados por idas e boas-vindas, discutindo e assuntos mal resolvidos, como uma missão turbulenta, cheia de ruídos e pendências emocionais. É o completo oposto de 12,6%, relacionamentos terminam de forma abrupta, sem qualquer explicação — o famoso “ghosting”.
No fim das contas, seja CLT ou freelancer, com estabilidade ou mais liberdade, o que define a força de um relacionamento talvez não seja o modelo de “contratação”, mas a disposição mútua para crescer junto, enfrentar crises e, quando necessário, saber encerrar o ciclo com respeito. Como no mercado de trabalho, o amor também exige atualização constante, escuta ativa e vontade de construir algo em conjunto — seja por tempo determinado ou indeterminado.
METODOLOGIA
Entre os dias 19 e 23 de maio de 2025, o Currículo Online reuniu 500 pessoas de diversos segmentos produtivos, faixas etárias, classes sociais e regiões do país. Mulheres e homens foram entrevistados individualmente, respondendo às perguntas por meio de questionário estruturado em formato online.
ACESSE: https://www.onlinecurriculo.com/