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Gripe aviária: Brasil volta a ser considerado livre em granjas

A notificação oficial foi enviada à OMSA; Paula Eloize alerta que prevenção segue sendo prioridade para o setor alimentício

DA REDAÇÃO – BRASÍLIA

O Brasil se declarou oficialmente livre da gripe aviária de alta patogenicidade (HPAI) em granjas comerciais, após 28 dias sem novos registros da doença, conforme protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O comunicado foi enviado nesta quarta-feira (18) pelo Ministério da Agricultura.

O marco permite uma retomada gradual das exportações brasileiras de carne de frango, que sofreu restrições parciais ou totais por cerca de 80 países desde que um foco foi identificado em Montenegro (RS), no mês passado.

Mas, apesar da boa notícia para o comércio exterior, a situação sanitária segue sob atenção. Desde 2023, quando a gripe aviária foi registrada pela primeira vez no país, o Brasil já somava 174 casos confirmados — 168 em aves silvestres, cinco em criações domésticas de subsistência e um único em granja comercial.

“A reabilitação do status é uma etapa importante, mas não significa que o risco desapareceu. A gripe aviária é uma série zoonose, que exige atenção constante. A segurança dos alimentos passa pela vigilância ativa e por protocolos rigorosos nas granjas, nos frigoríficos e ao longo de toda a cadeia produtiva”, explica Paula Eloize, consultora em segurança dos alimentos.

De acordo com o Ministério da Agricultura, os 28 dias de “vazio sanitário” foram fundamentais para garantir que não restassem vestígios do vírus no ambiente de produção. No entanto, focos em aves silvestres e em criações de subsistência continuam a ser monitorados.

“O consumidor muitas vezes não percebe que a segurança dos alimentos está diretamente ligada à saúde animal e ao controle dessas doenças. Casos como esse demonstram a importância de uma atuação técnica e preventiva para proteger a cadeia de alimentos — do campo ao prato”, reforça Paula Eloize.

Mesmo com o status sanitário recuperado, a liberação das emissões dependerá agora das decisões de cada país importador, que serão avaliadas individualmente o cenário brasileiro.

“Mais do que atender às critérios internacionais, o que está em jogo é a confiança do consumidor e a confiança sanitária do Brasil. Por isso, investir em rastreabilidade, monitoramento e boas práticas de fabricação é necessário para garantir a segurança dos alimentos”, conclui Paula.

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