Gravidez tardia: conheça 8 mitos e verdades sobre engravidar mais tarde
Mulheres estão priorizando mais cuidados com a saúde, o qque contribuyiu para gestações após os 40 anos
DA REDAÇÃO – SÃOPAULO
Cláudia Raia, Ivete Sangalo, Gisele Bündchen, Sabrina Sato, Viviane Araújo, Fernanda Lima e Leandra Leal, além de famosas elas têm algo a mais em comum. Elas fazem parte de um grupo de mulheres que engravidaram após os 40 anos. De acordo com a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” , feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento específico de 65,7% na quantidade de mulheres que decidiram engravidar após os 40 anos. O número saltou de 64 mil, em 2010, para 106 mil mulheres em 2022.
Essa tendência vai ao encontro do fato de que as mulheres priorizam os cuidados com a própria saúde. Segundo dados do Perfil do Paciente Digital, pesquisa realizada pela Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo e líder em agendamento online de consultas no Brasil, as mulheres lideram o uso de plataformas digitais para agendar serviços de saúde, representando 63% dos usuários, e a especialidade Ginecologia e Obstetrícia é a mais buscada.
Segundo Head Global de Patient da Doctoralia, Flávia Soccol, cada vez mais brasileiras estão postergando o desejo de ser mãe. “Estamos observando uma mudança significativa no comportamento das mulheres em relação à maternidade. Muitas têm optado por adiar esse momento para priorizar outros aspectos da vida, como a carreira e a saúde emocional e física”, afirma.
Apesar desse crescimento, o total de nascimentos no país diminuiu, e reflete uma queda de 10% na taxa de natalidade. Esse adiamento, motivado, principalmente, por fatores como a busca pela estabilidade financeira, foco na realização profissional e esperança por um parceiro ideal, reflete uma mudança no panorama da maternidade no país e traz à tona uma série de mitos e verdades sobre a gravidez tardia que merecem atenção.
“O aumento na procura por informações sobre gravidez tardia e métodos contraceptivos reforça o quanto as mulheres estão mais conscientes e engajadas com decisões relacionadas à saúde reprodutiva”, complementa Flávia. “Esse movimento também reflete a importância de oferecer acesso facilitado a especialistas e conteúdos confiáveis para apoiar essas escolhas.”
Além disso, de acordo com um levantamento da Doctoralia, termos como “gravidez tardia”, “anticoncepcional” e “métodos contraceptivos” foram buscados mais de 20 mil vezes na plataforma e as respostas alcançaram mais de 13 milhões de visualizações. Os números comprovam que o tema gravidez é um dos mais procurados pelos usuários.
Segundo a ginecologista, Dulce Hnrquies, ginecologista parceira da plataforma Doctoralia, do ponto de vista médico, é considerada gravidez tardia aquela em que a mulher tem 35 anos ou mais. “Isso porque, nessa idade, a mulher passa a apresentar uma diminuição natural da reserva ovariana, independentemente do uso de anticoncepcionais. Além disso, a qualidade dos óvulos tende a se alterar, aumentando o risco de anomalias cromossômicas, o que pode comprometer as chances de uma gravidez bem-sucedida”.
8 mitos e verdades sobre engravidar mais tarde
1. MITO: Toda gravidez após os 35 anos é automaticamente de alto risco.
Embora existam riscos aumentados, como diabetes gestacional e hipertensão, muitas mulheres têm gestações saudáveis com acompanhamento médico adequado e pré-natal especificamente.
2. VERDADE: A fertilidade da mulher diminui com a idade.
A partir dos 35 anos, há uma queda natural na reserva ovariana e na qualidade dos óvulos, o que pode impactar as chances de uma gravidez bem-sucedida.
3. MITO: Mulheres mais velhas sempre terão filhos com problemas de saúde.
Apesar do risco aumentado de alterações cromossômicas, exames modernos como o NIPT ajudam na detecção precoce, e hábitos saudáveis das mães maduras podem favorecer o bebê.
4. VERDADE: A gravidez tardia exige cuidados extras.
O SUS oferece acompanhamento prioritário para gestantes com 35 anos ou mais, incluindo exames específicos e consultas especializadas.
5. MITO: Engravidar tarde é uma tendência apenas entre mulheres ricas.
A decisão de adiar a maternidade está relacionada a diversos fatores, como busca por estabilidade financeira, carreira e o parceiro ideal — o que ocorre em diversas camadas sociais.
6. VERDADE: O número de mulheres que engravidaram após os 40 anos cresceu no Brasil.
Entre 2010 e 2022, houve um aumento de 65,7% nesse grupo, segundo o IBGE.
7. MITO: Mulheres mais velhas não procuram cuidados médicos com frequência.
As mulheres lideram o uso de plataformas digitais para agendar consultas, e Ginecologia e Obstetrícia estão entre as especialidades mais buscadas.
8. VERDADE: Ter filhos mais tarde pode trazer benefícios emocionais e sociais.
Mulheres maduras costumam apresentar maior estabilidade emocional e financeira, o que pode influenciar significativamente na criação dos filhos.
Um alerta médico de que as mulheres que planejam ter uma gestação numa idade mais avançada, devem se lembrar que nem sempre as coisas acontecem conforme o desejo. “Considere a possibilidade de ter dificuldade para engravidar ou outro problema. Lembre-se que o tempo não para e é uma grande desvantagem para a mulher que prioriza sua carreira antes da maternidade”, explica a médica. Ela ainda destaca a importância de um acompanhamento com o ginecologista ou um especialista em Reprodução Humana.