Paraguai devolve terras de engenheiro araçatubense

Emil Oscar Moreira Pinto e seus advogados enfrentaram uma luta de mais de seis anos

O engenheiro araçatubense, Emil Oscar Moreira Pinto, teve reconhecido o direito de reaver uma propriedade rural adquirida no país vizinho em 2004.

Segundo publicado em 2022, o araçatubense passava por um processo de expropriação, quando teve seu nome envolvido em um caso de tráfico internacional de drogas.

Tudo começou em 2017, quando no Brasil, foi preso o paranaense Luiz Carlos da Rocha.  Cabeça Branca, como era conhecido, tornou-se um personagem mitológico no ambiente policial, uma vez que foi procurado por trinta anos, sendo que durante décadas a polícia não sabia sequer como era o seu rosto. A saga policial motivou até a produção de um livro escrito pelo jornalista Allan de Abreu, publicado em 2021 pela Editora Record.

Com a prisão de Luiz Carlos, autoridades não só do Brasil, como do Paraguai, iniciaram uma busca das possíveis propriedades do traficante e que poderiam estar em nome de terceiros, os conhecidos laranjas.

Entre as propriedades, e réus, foi trazido ao processo o araçatubense Emil Oscar Moreira Pinto, dono da Estancia Suiza, localizada em Yby Yau, província de Concepción.

Segundo informado pelo advogado do engenheiro no Brasil, Dr. Nathan Alfredo Soruco, também de Araçatuba/SP, Emil em nenhum momento se recusou a responder o processo, ele se apresentou espontaneamente ante as autoridades do Paraguai e colaborou com o andamento do processo.

“Mas tudo isso foi enfrentado com bastante tranquilidade e paciência”,disse o advogado que tem fluência no idioma espanhol, e vasto conhecimento dos meandros jurídicos na América do Sul, atua em casos envolvendo brasileiros com problemas jurídicos no Paraguai, Bolívia e Argentina, além do Brasil.

Alfredo Soruco conta que foram seis anos de muita luta, atuando em conjunto com o Dr. Ruffinelli, de Assunção. Uma batalha judicial que envolveu o envio de farta documentação da vida financeira do engenheiro para o Paraguai, além de denúncias feitas contra autoridades que estavam à frente do caso.

A decisão final que ordenou a devolução da propriedade foi dada na sexta feira 09 de

maio, no “Palácio de Justicia” da capital Assunção. Segundo Nathan, a decisão foi unânime entre os juízes do colegiado.

“Foi um caso de extrema complexidade e resistência, pois, descobriram que algumas autoridades estariam envolvidas em falsas denúncias”, afirmou o advogado.

Com relação ao caso do engenheiro, foi apurado, que a promotora que iniciou o caso estaria em conluio com outras autoridades, que ao inserir propriedades em processos, teriam vantagens financeiras, uma vez que estas seriam leiloadas pelo Estado.

O advogaado comemorou o feito. A decisão é um fôlego de esperança aos que aguardam por Justiça”, finalizou.

Na foto em destaque, a oficial de Justiça notifica Emil Oscar Moreira Pinto quanto à devoluçãao da propriedade.