Opinião

AO PROFESSOR COM CARINHO

EVANDRO EVERSON DOS SANTOS

Vivemos em tempos estranhos. Tempos que há muito relegamos um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento e a realização plena do ser humano; a educação. A educação, desde que o homem começou viver em sociedade, tem a magia de impactar o individuo e a sociedade em que ele vive. É a arte nobre que revela o invisível, as ideias, o conhecimento amplo e irrestrito, aguça o senso crítico e analítico, os quais transformam o mundo de maneira impactante.

Entretanto, essa arte que transcende a mera instrução para um processo de moldagem e de cultivo de nós humanos, sem o seu ator principal, o Professor, não haveria o espetáculo da transformação social e, tampouco a evolução da humanidade. É ele, o Mestre, o Professor o grande protagonista da educação que desperta o fascínio da curiosidade e do conhecimento.

Sabiamente, como sempre, certa vez disse o educador e escritor, Rubem Alves (1933-2014), “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra”. É o poder da transmissão do encantamento pelo saber e de tornar o complexo acessível e de inspirar o aluno a ir além, desafiando barreiras que se julgam intransponíveis. Sua nobre missão é inestimável e fundamental, estendendo muito além da transmissão de conteúdo.

O professor é a figura central na formação integral dos indivíduos. Os quais atuarão como um verdadeiro agente de transformação social e guia no desenvolvimento moral e intelectual dos cidadãos. Porém, tudo tem um preço, enquanto isso nos bastidores, a saúde mental dos professores está em situação crítica, com altos índices de exaustão emocional, ansiedade e depressão.  Fatores como a pressão, sobrecarga de trabalho, violência e a falta de apoio contribuem para o agravamento do cenário.

Estudos indicam que há um grande número de professores afastados da sala de aula por motivos de saúde mental. Enquanto isso nós cidadãos e políticos, fazemos ouvidos moucos e fingimos em não ver o lamento e pedidos de socorro dos nossos Mestres. 

Acometidos por um autoengano, a cada eleição para Presidente, Governadores de Estados e Prefeitos, escolhemos candidatos que negligenciam a valorização dos professores.  Há uma desvalorização histórica da profissão de docente no Brasil: salários baixos, falta de infraestrutura mínima, sobrecarga de horas/aula, turmas superlotadas, ausência de capacitação continuada, que afastam talentos e desestimula professores a permanecerem em sala de aulas.

Não é aceitável que a mais nobre das profissões continue recebendo salários aviltantes. Tornou-se lugar-comum em campanhas eleitorais a priorização de pautas sobre políticas públicas, como segurança pública, economia,  relegando a educação. Daqui a 12 meses iremos ás urnas para escolher quem nos governará durante o quadriênio de 2027-2030.

Mais uma oportunidade, para escolhermos um Governador e Presidente da República que apresentem propostas de políticas públicas factíveis na área de educação. Se o Brasil quer uma educação plena e cidadã, precisa valorizar o professor. Não podemos esperar séculos para reconhecer isso. 

Evandro Eveerson dos Santos é policial militar aposentado e economista

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