Opinião

Câmara começa a cumprir o papel de fiscalizar

Depois de  um longo e tenebroso período de omissão, finalmente a Câmara de Araçatuba começa a cumprir o seu papel de agente fiscalizador. Em menos de um mês, duas CPIs foram aprovadas e vão ser instaladas. Uma, para investigar suposta irregularidade no usode guardas municipais na segurança do prefeito Lucas Zanatta e seus familiares, lotados nas secretarias de Administração e Negócios Jurídicos, resultado de representação do cidadão Marco Antônio Serelepe Ferreira, apresentada principalmente por vereadores eleitos no grupo da oposição e a outra, proposta pelo vereador João Pedro Pugina, para investir contrato da Saúde, principalmente os contratos com a Prefeitura e a Mahatma Gandhi.

 

Negar interesses políticos e eleitorais chega a ser ingenuidade

Para desmerecer a iniciativa de instalação das CPIs, situação e oposição chegam a dizer que há interesses políticos e eleitorais por trás de tais iniciativas. Negar isso chega a ser risível e ingenuidade. Nos oito anos do governo passado foram apontadas muitas irregularidades e feitas representações. Nada prosperou e o motivo é simples. Oprefeito Dilador Borges Damasceno tinha, pelo menos, 11 vereadores sob a sua tutela e que, por alguma razão que agora não vem ao caso, o seguiam cegamente. Muitos pagaram com a pena de não reeleição. É o jogo democrático. Os que agora clamam por transparência e seriedade, em um passado não muito distante, ficaram inertes na vala dos omissos. Tudo isso é compreensível. Como negar interesse político? Ou crit’werio seletivo para denúncia?Não tem jeito.

 

Situação repete a oposição

Desde o início do ano os problemas com obras executadas no governo passado vêm se acumulando. São problemas na Avenida Pompeu de Toledo, nas obras de macrodrenagem e pavimentação de Engenheiro Taveira e do novo terminal  urbano (desativado). Também desde o início do ano muitos setores cobram mais rigor na fiscalizar e até mesmo ações dos vereadores, que pareciam estar dormindo em berço e esplêndido. Nada os motivava a pedir uma CPI, até mesmo para saber como as equipes de fiscalização (exigidas pela legislação) e os procuradores do município permitissem que obras de péssima qualidade fossem recebidas, pagas e funcionassem sem as devidas licenças. No entanto, bastou a surgir a CPI dos Guardas, contra o prefeito Lucas Zanatta, que sugeriu outras comissões para investigar a saúde e obras, que seus aliados decidiram aprovar a da Saúde. Ou seja, não há como negar um certo revanchismo nesta decisão. Mas isso não desmerece a CPI, que tem a sua importância.

 

O vereador e o Ministério Público

O vereador João Pedro Pugina (PL), cujo nome vem sendo bastante citado entre aliados do prefeito Lucas Zanatta como  possível candidato a deputado estadual para representar o grupo político, parece ter encontrado um bom filão para explorar politicamente e manter-se em evidência. Além de anunciar que iria propor a CPI da Saúde no auge das discussões obre a CPI dos Guardas, Pugina tem sido bastante ativo nas redes sociais mostrando que esteve no Ministério Público para fazer representação contra a Mahatma Gandhi erm agosto (logo após a Operação Duas Caras), também citou a sua disposição para encaminhar documentos ao MP sobre os contratos. Vale lembrar que o Gaeco de São José do Rio Preto já oficiou a Prefeitura pedindo documentos. Pelo modo como expõe o seu trabalho, Pugina passa a impressão de que o MP está agindo porque ele fez a denúncia. Será que foi isso mesmo.

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