Após aprovação de propostas para investigar o Executivo, por unanimidade, vereadores arquivam denúncia de “rachadinha” contra colega
A Câmara de Araçatuba tem composição bem renovada em relação às anteriores, com oito “novatos”, mas o comportamento não mudou para proteger os integrantes da Casa
ANTÔNIO CRISPIM – ARAÇATUBA
A denúncia contra o vereador Damião Brito (Rede Sustentabilidade) por suposta prática de “rachadinha”, foi arquivada por decisão unânime dos vereadores com direito a voto – a presidente Edna Flor não precisa votar e o vereador Damião, por conta da denúncia, foi substituído pelo suplente Itamar Rodrigues Maia, o Netinho Maia (Rede). A votação foi na sessão de segunda-feira (3). Foram 14 votos pelo arquivamento. Vereadores que há poucas semanas defenderam a investigação de atos do Executivo (uso de guardas municipais por Lucas Zanatta) e contratos da Saúde com a Mahatma Gandhi (governo Dilador Borges), desta vez defenderam o arquivamento da denúncia, sem nem mesmo investigar ou ouvir outras pessoas. Quando a denúncia chegou a um membro da Casa, passou o ímpeto investigatório dos vereadores,
As suspeitas e denúncias de “rachadinha” (prática que se tornou conhecida nacionalmente devido à ação contra o ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (hoje senador) na Câmara de Araçatuba remontam há mais de duas décadas. Havia suspeita de que cobrar percentual do salário de assessores diretos, vereadores cobravam pedágio (parte do salário) até mesmo de quem indicavam para ocupar cargo no Executivo. Há relatos de que em determinado período um grupo político tinha até mesmo uma sala no antigo Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daea), para fazer a transação. Porém, até hoje somente um vereador foi condenado pela prática. Pelas denúncias, o sistema foi aperfeiçoado.
Com a posse dos atuais vereadores – apenas quatro reeleitos (Arlindo Araújo, João Moreira, Gilberto Batata Mantovani e Luís Boatto), três que já foram vereador (Edna Flor, Carlos Roberto Santana e Denilson Pichitelli e oito novatos – Ícaro Morales, João Pedro Pugina, Hideto Honda, Luciano Perdigão, Fernando Fabris, Solange Rodrigues, Damião Brito e Rodrigo Atayde – pensava-se que o posicionamento seria completamente diferente. Surgiu a denúncia, mas ao invés de apurarem e inocentarem o vereador no caso nada ficasse comprovado, optaram por arquivar a denúncia.
